quarta-feira, 28 de julho de 2010

NO BAU DO MEU CORAÇÃO

Meu neto tem um baú em seu quarto, onde ficam vários brinquedos dele. Não raro, nas minhas visitas a ele, clandestinas ou não, nós ficamos entretidos com o conteúdo desse baú. Às vezes é ele que me leva pra lá, outras eu o chamo. A cena é mais ou menos sempre a mesma, aquela de avô e neto. O avô sentado no chão, o neto pegando um monte de brinquedos dentro do baú e colocando no chão. Vez ou outra ele encontra alguma peça que lhe chama mais a atenção e nesta ele se detém alguns segundos a mais. De vez em quando ele pega um quebra-cabeças ou um brinquedo de montar, senta ao meu lado e fica ali, enconstado em mim, alguns minutos. Minutos preciosos, que para o coração de um avô valem uma eternidade.


Dia desses passamos, eu e minha esposa, nove dias viajando e não consegui ter contato com o meu neto. Quando voltei, meu filho nos convidou para almoçar com eles. Lógico que fomos e iríamos tantas quantas vezes ele nos convidar nas mesmas circunstâncias. Nesse dia, nem me lembro bem quem provocou a ida até o quarto do meu neto, mas, de repente estava lá eu sentado ao lado do baú. O que aconteceu, então, foi uma cena que, vai acabar a minha vida e não esquecerei. De repente meu neto, que estava sentado, tentando tocar um teclado, olhou pra mim ali sentado, olhou para a porta, se levantou foi lá fechou a porta, voltou pegou um livrinho amarelo que ele têm, sentou no meu colo, colocou a cabeça no meu peito e ficou ali por, pelo menos, longos cinco minutos.

A leitura que fiz desta cena me levou a experimentar uma sensação muito gostosa. Daquele momento me veio a sensação de ouvir meu neto estava dizendo que por uns minutos eu era só dele e ele era só meu, provando que a saudade que senti dele, nesses nove dias que ficamos fora, era recíproca e isso me fez muito bem.

Viver é isso.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

QUE SAUDADE DE VER MEUS NETOS

Ninguém sabe o quanto é difícil ficar sem ver os netos.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

QUE BOM ESTAR VIVO

Já falei aqui sobre as visitas que faço ao meu neto. É divino chegar lá e ser recebido com aquele sorriso que penetra na gente e nos faz sentir a vida pulsando nas veias.

Mas hoje eu senti mais ainda. Sentei com meu neto no sofá. Ele alí encostadinho em mim, de olho vidrado na TV, assistindo à Discovery Kid, com o seu bracinho ao redor do meu pescoço. De vez em quando tirava o olho da TV e, sem tirar o braço do meu ombro, me olhava com aquele sorriso de anjo como se estivesse me dizendo: "que bom que você está aqui vovô".

Se um dia me perguntarem como eu quero ser lembrado depois que eu me for. Podem crer que quero ser lembrado assim. Vivo. Com a vida pulsando em cada uma das gotas do meu sangue. Tudo isso fruto dessa experiência maravilhosa de ser avô.