Esta foi uma daquelas semanas inesquecíveis que a gente tem de vez em quando. Daquelas que ficam com uma marca indelével na gente pro resto da vida.
Logo na segunda-feira fomos escalados para ir à casa dos nossos netos, à noite, e só saímos de lá depois que o neto mais velho dormiu. Sempre que vamos a casa deles é um deleite. Como é bom ficar com os meus netos. O Lucas ainda está novinho e parece que pra ele não faz diferença a nossa presença. Então, somente a gente sente o quanto é bom estar com ele. Mas com o Vítor as coisas são diferentes. É nítido em suas reações, que ele também gosta muito da nossa presença. Noutro dia cheguei na casa dele e ele estava sentado em uma mesinha que usa para comer de vez em quando. Sentei-me ao seu lado, no chão, só pra ficar próximo a ele. Ficamos ali, eu sentado no vão entre a cadeira dele e o sofá e ele sentado numa cadeirinha, comendo alguma coisa que estava sobre a mesinha, assistindo TV. Quando percebo ele estava virado pra trás com o braço em torno do meu pescoço, num gesto puro e simples de demonstração que também sentiu saudade de mim. Isso só confirma o que eu digo: Deus sempre me deu mais do que mereço.
Mas a semana continuou e na terça-feira embarcamos para São Paulo. O objetivo era participar na quarta-feira de um encontro de companheiros de trabalho, de uma empresa (UNION CARBIDE) que trabalhei até 1978. Chegamos lá na terça-feira quase meia noite, mas uma grande amiga nossa insistiu em ir nos visitar no hotel e apareceu. Ficamos, então numa profusão de recordações boas, até as duas da manhã. Relembramos histórias nossas e de nossos filhos e ao final nos despedimos com a certeza que nossa amizade é daquelas que resistem ao tempo. Na quarta-feira, acordamos um pouco cansados, mas mesmo assim fomos ao centro da cidade comprar algumas coisas, voltamos e descansamos para o encontro da noite.
O encontro da noite foi, para resumir numa única palavra, o nirvana. Pessoas que não víamos há mais de trinta anos, apareceram assim como se a gente tivesse acabado de dizer um até logo na noite de ontem. Revi amigos que nem nos melhores sonhos da minha vida, imaginei pudesse reencontrá-los. Saí desse encontro com a certeza de que Deus é muito generoso comigo. Senão, como explicar o fato de, estar ali diante de pessoas que pelos idos de 1977/1978 foram parceiras de verdade e, de repente, saem de nossas vidas? Só pode ser a generosidade de Deus.
Mas a semana ainda não tinha acabado. Como trouxemos uma cama elástica de presente para o Vítor, passamos na casa dele na quinta-feira, quando voltamos de São Paulo, para ver sua reação com o presente. Depois de montada a cama elástica ele brincou até pedir para sair, todo suado e cansado.
Na sexta-feira, fizemos um programa mais avô ainda. A Lara, nossa neta, fez aniversário no sábado (17) e nós prometemos como presente de aniversário, pegá-la na escola, junto com uma amiguinha dela e levar para uma sorveteria daqui que tem um parquinho completo. Levamos também o Vítor e uma tia dele levou mais três primas. Foram duas horas tão intensas que a ninguém era dado o direito de descansar um pouco. Estávamos em três adultos e todos tivemos que ficar duas horas ligados nas seis crianças que estavam ali se esbaldando. Saímos exaustos, passamos na sorveteria e deixamos cada uma das crianças tomar quanto sorvete quisesse e fomos embora extenuado e felizes de ter vivido uma experiência ímpar.
Ontem foi o aniversário da Lara. De novo estava lá o Vítor, infelizmente o Lucas não pode ir. Bolo de castelo, feito pela vó Cleide a pedido da Lara, pula-pula e tudo o mais que uma festa de criança tem. Ao final todos fomos embora com a certeza que esta semana vai ficar para a história de nossas vidas.
Deus é bondoso comigo.