sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

ANO VELHO CHEIO DE NETOS E NOVO MAIS AINDA


O ano velho está se acabando, 2012 bate à porta e precisamos dar boas-vindas a esse nosso parceiro que rodará conosco nos próximos 365 dias. Com certeza será um ano cheio de realizações, assim como foi o 2011.

O que acaba foi profundamente feliz para mim. Foi o que me trouxe um novo neto, o Lucas querido, que chegou de mansinho e foi engatinhando para dentro do meu coração e, de repente, estava alojado feito um posseiro aqui dentro, como diria Chico Buarque. Esse sujeitinho alojado em meu peito já tem o poder explosivo de fazer um estrago dos grande quando estamos longe.

Mas foi também o que consolidou minha convivência com o Vitor, quando me possibilitou acompanhar os passos que esse meu herói está dando rumo ao desconhecido pra ele e que a cada dia domina aquilo que não conhecia com a propriedade de um desbravador valente e cheio de coragem. Esse rapaz tem o poder de me acalmar a alma e fazer com que o agito de meus dias se torne remanso quase entediante.

Foi também o que me fez ver a Lara se transformar numa mocinha bela e faceira, cheia de carinho para com as pessoas que a cerca. Essa minha menina fez o ano da gente ser muito diferente. Quando fico longe dela por muito tempo dá uma saudade que aperta demais o coração da gente. Como é gostoso ver aquele sorriso    dessa menininha querida que me aceitou como avô e que enche meu coração de alegria.

Enfim foi um ano em que dilatei minha experiência como avô e bendigo sempre esta oportunidade que Deus me deu.

O próximo deverá ser também de grandes sensações nesta área. Em julho já deve ter gente nova no pedaço. Chega o irmão ou irmã da Lara para bagunçar ainda mais com nossos sentimentos. Quiçá tenhamos mais novidades no front.

Que venha o 2012 com todas as novidades que esperamos dele.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

EXUPÉRY DE NOVO - OU, COMO SOFRE UM AVÔ HONESTO

Se alguém lê esse blog, sabe que eu gosto muito do livro O Pequeno Príncipe. Considero este livro uma fonte inesgotável de lições e ensinamentos. Hoje gostaria de meditar um pouco sobre uma frase que o petit prince fala, quase despretenciosamente, que já me fez gastar algum tempo pensando sobre sua profundidade. Logo no início, cap. III, em um dos diálogos, o principezinho conversando sobre andar em frente diz: "Quando a gente anda sempre em frente, não pode ir muito longe..."

Essa frase é de uma profundidade ímpar. Tentemos imaginar alguém, nos dias de hoje, que insiste em ter um caminho reto, correto, sem desvios, diante dos desafios e acontecimentos que a vida apresenta. Qual é a probabilidade dessa pessoa encontrar pela frente todos os tipos obstáculos para abandonar sua retidão? Quantas pessoas são instadas a ficar pelo meio do caminho? Quantas pessoas ficam no meio do caminho?

Mas, o que tudo isso tem a ver com os netos, ou com o sofrimento que um avô pode ter? Tudo. Quantas vezes um avô é tentado a ser desonesto na sua relação com os filhos (filho, filha, nora e genro) e com os netos? São muitas as vezes que isso acontece. Entretanto, isso não faz e não fará bem nem para o neto, nem para o avô.

Vamos trazer para um caso concreto, para que todos entendam o que tem a ver uma coisa com outra. Meu neto Vítor gosta muito de flocos de milho, tipo Sucrilhos. Eu também gosto muito e sempre os tenho em casa. Ocorre que os pais dele não gostam que ele coma isso. Sempre que acontece de o Vítor comer os flocos em casa, o mínimo que acontece é receber olhares reprovante dos filhos. Então, para ser honesto o que se tem que fazer é não dar sucrilhos para o Vítor. Esse é o caminho reto que se deve seguir.

Entretanto, é dolorido ver o neto abrir o armário, mostrar o sucrilhos e falar que quer aquilo e você, por respeito à opinião dos seus filhos, não poder deixar o neto comer os flocos de milho. É difícil manter esta postura. Mas é necessário que se aja desta forma por uma série de motivos. Primeiro, e principalmente, que a mensagem a ser passada para os netos é a de que as normas devem ser respeitadas, esse será um caminho importante para que os netos sejam respeitados no futuro, por todos aqueles que fazem parte do seu círculo de amizade. Depois, se você não respeita seus filhos, como é que quererá obter o respeito de alguém? Por fim, se você não agir desta forma corre um sério risco de ter seu contato com os netos diminuídos ainda mais, pois seus filhos podem decidir que você é uma influência negativa para seus netos. Agindo com honestidade eles já pensam isso, porque não imaginam que possa existir avós honestos, visto ser incomum, imagine se os avós agirem com desonestidade e deixar os netos fazerem na ausência dos pais tudo aquilo que os pais proibem. Mas que dá uma vontade de deixar seu neto sentar num canto e comer todos os sucrilhos do mundo, isso dá.

Então, os apelos para a gente não ir muito longe, quando anda em frente, são muitos e é necessário ter a firmeza do que se quer para o futuro, para não se perder no meio do caminho. E o que a gente quer, hoje e sempre, é ter netos felizes.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

BRINCAR DE VOVÔ COM MEU NETO

A sensação que se tem quando se brinca com os netos não deve ter paralelo em qualquer outra. Não conheço nenhuma sensação que já tenha sentido capaz de superar. No máximo poder-se-ia equiparar algumas sensações que senti ao longo da vida com a que tenho quando estou rolando no chão com meu neto, quando estou com um neto no colo, quando estou interagindo com eles. Tenho muito a agradecer por poder viver esse turbilhão de sensações que tenho vivido e pedir também a Deus que isso perdure por muito tempo. Porque é muito bom brincar de vovô com meus netos.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

FINAL DE SEMANA DOS BONS

Esse final de semana foi excelente. Meus netos muito próximos de mim em diversas ocasiões, mais precisamente em cinco ocasiões. Em duas ocasiões brinquei de pula-pula com o Vítor, numa delas junto com várias crianças. Foi muito bom sentir aquela criançada toda interagindo comigo. Só faltou a Lara.

domingo, 9 de outubro de 2011

QUANDO O CONTATO É A SOLUÇÃO


Se alguém acompanha este blog, percebeu que nos útlimos dias eu me encontrava um pouco acabrunhado. O motivo era a ausência das visitas aos meus netos. Como todos sabem, sou viciado neles. Quando fico algum tempo sem vê-los, bate uma crise de abstinência de vez em quando. Para o alcoólatra isso se chamaria delirius tremens, quando a mão do viciado em bebida treme, pela ausência de álcool no corpo. No caso presente a crise de abstinência se manifesta no fígado, estragando o humor. Era assim que estava me sentindo.

Mas o tempo passou, e sempre passa, e ontem tive novamente contato com meus netos, que no caso serviu para amenizar, quase acabou, a crise de abstinência. Depois, mais calminho, iniciei um processo de meditação sobre o acontecido.

Quando passeava pela rua com o Vítor na cacunda, percebi que minha carência era profunda por contato físico com meu neto. Isso ficou mais claro ainda quando eu peguei o Lucas no colo e senti aquele ser encostado em meu peito, eu sentindo sua respiração, ele sentindo a minha. Naquele momento eu quase ousei sentir o que uma mãe sente quando amamenta. Seria muita ousadia de minha parte. Mas ficou a sensação gostosa daquele contato.

O fato é que, sem perceber, o meu acabrunhamento passou e de repente tinha esquecido das angústias dos últimos dias e me senti vivo de novo. A sensação é tão boa que ninguém tem noção. Todos os pais deveriam ter noção disso para fazer os avós felizes.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

RECEBI ALTA. É MUITO BOM PODER CURTIR OS NETOS

Depois de quase um século, hoje retornei ao convívio com meus netos. Como quatorze dias faz uma diferença danada. O Lucas cresceu muito e está muito mais fofo que há alguns dias. O Vitão, então, é indescritível como fica melhor a cada dia. Hoje passeamos pela rua, vimos cachorros, pombos, demos galope de cavalinho, eu o cavalinho, ele cavaleiro. Peguei o Lucas no colo, passeei pelo quintal com aquela fofura junto ao peito.

Parece que minha vida estava suspensa e tudo voltou ao normal. É muito bom poder curtir os netos novamente.

POIS É

O livro "O Pequeno Príncipe" sempre foi uma fonte inesgotável de lições e ensinamentos para mim. Vira e mexe eu me lembro de coisas que li neste pequeno grande livro. Ultimamente tenho lembrado de um episódio narrado no livro que é uma pérola de parábola.

Quando o principezinho se preparava para deixar seu asteróide, rumo ao espaço, ficou preocupado com uma rosa que tinha e que cuidava com muito esmero. Ele não queria que ela sofresse na sua ausência, mas não queria deixar de fazer a viagem por causa da rosa. A solução foi arrumar uma redoma para deixar protegendo a rosa. Mas na hora de o príncipe colocar a redoma, a rosa se negou a receber a proteção. Diante da preocupação do pequeno príncipe com os bichos que iriam atacar a rosa, recebeu a seguinte pérola como resposta.

" - É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas. Dizem que são tão belas!".

Pois é.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

AINDA NÃO RECEBI ALTA HOJE


Logo de manhã fui submetido a uma consulta e não recebi alta ainda para ver meus netos. Ao final da consulta ficou uma tênue esperança de que no próximo sábado eu possa finalmente estar no mesmo ambiente de meus netos. Já lá se vão 15 dias sem contato com eles. Mas, o Dr. Fábio ainda não deu alta, fazer-se o quê?

SER PAI, SER AVÔ - FUNÇÕES DE CADA UM

Quando casa um filho da gente, a missão de ser pai não se encerra. Com o passar do tempo esse filho que casou lhe traz a oportunidade de exercer outra missão: ser avô. São duas missões completamente diferentes, com funções diferentes embora, às vezes nem sempre fica muito claro onde começa uma missão e termina outra.

Ser pai é sempre uma obrigação, ser avô pode ser um deleite. Educar filho é opção sua, educar neto é opção de seu filho. E por aí vai a carruagem....

Ser pai de filho casado muda pouco, por exemplo, não muda em responsabilidade. Aquela disponibilidade necessária na educação dos filhos, deve continuar. Sempre que seu filho precisar, você deve estar a um toque de celular. Seja para o que for. Seja para pagar uma conta no banco, para levar o carro pra lavar, para carregar uma carga, para mudar um móvel de lugar, para ficar com o filho dele por algum motivo, para levar o filho dele à escola, para buscar o filho dele à escola, enfim, qualquer coisa que o seu filho pedir. Além disso, você não pode tirar de mente que deve continuar dando exemplos para a vivência de seu filho, afinal educar filho é função irrenunciável do pai. Quando se decide ser pai, a decisão, depois de tomada, vem com todas as possibilidades e necessidades.

Já, ser avô, tem tantos ingredientes envolvidos que não é uma questão de decisão. Primeiro, não sou eu quem decido ser avô. Quem decide isso por mim é meu filho ou minha filha. Decisão tomada, você não tem muito o que fazer a não ser ficar a mercê de tudo. Os acontecimentos é que irão ditar como é que você será avô. Seus filhos vão decidir como é que eles querem que você seja avô. Ou seja, não adianta nem sonhar com nada depois que seus filhos decidem que você será avô.

Mas a missão de ser avô não deveria se resumir a um saco cheio de coisas que te jogam com o recado: "taí, agora é assim".  O Avô deveria ser uma pessoa que constrói uma relação com seu neto onde os dois sejam realmente amigos, mantendo, é claro, os princípios da boa educação. Mas, para isso é necessário que lhe sejam dadas as condições para isso. Nadar contra a corredeira é impossível.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

SAUDADES DOS NETOS - MAS SÁBADO A LARA VEIO

Esta semana foi grande e sofrida. Meus filhos Hugo e Arícia terminaram a reforma na casa deles e voltaram todos felizes para a casa nova. Como é bom ver os filhos cumprirem suas metas e realizarem seus sonhos. Mas a contra-partida disso foi que perdemos o agradável convívio diário com eles dos últimos 45 dias. Junto a isso, fiquei gripado até a sexta-feira à noite e depois permaneceu a febre e a tosse. Com isso passei a semana inteira sem ver o Vítor e o Lucas. Todas as terças-feiras passamos a noite pintando com a Lara. Mas nesta semana a Lara também não quis pintar conosco. Ou seja, era pra deixar o avô a seco mesmo.

No sábado a abstinência de neto foi atenuada com a presença da Lara. Fiquei "duas longas" horas com ela, mas pelo menos tive a presença de neto na minha casa e isso já é um alento pela carência que tinha sofrido durante toda a semana.

Espero que nesta próxima semana eu consiga um atestado médico.


sábado, 1 de outubro de 2011

ESTADO DE ESPÍRITO

RODA VIVA – CHICO BUARQUE

Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu...

A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá ...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir


Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira prá lá...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

A roda da saia mulata
Não quer mais rodar não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou...

A gente toma a iniciativa
Viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola prá lá...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

O samba, a viola, a roseira
Que um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou...

No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade prá lá ...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A GRIPE NÃO PASSA E A SAUDADE AUMENTA

Hoje, quinta-feira, dia semanal da santa visita aos meus netos e eu aqui gripado sem poder vê-los. Meu coração fica pequenininho (ou pipiquinho, como diria o Vítão), quando lembro disso. Mas fazer o quê.

A saudade que estou sentindo daquele gaiatinho é qualquer coisa de assombrosa. Nunca pensei que um pedacinho de gente daquele pudesse causar esse reboliço com a gente.

Aliás, esta semana está de abstinência total de netos. Com a gripe não houve a visita regulamentar das segundas-feiras aos dois netos. Na terça, dia de pintar com a Lara, ela se rebelou e desistiu de pintar. O último contato visual com neto foi no domingo de manhã, que fui na casa do Fábio, mas mantive distância do Lucas e certa distância do Vítor, pois já estava com a gripe. Na terça-feira, consegui falar com o Vítor ao telefone. Foram esses os últimos contatos com meus netos.

Não sei se a saudade que sinto pelo Vítor é recíproca, parece que é. Ainda bem. Falo do Vítor porque o Lucas, coitado, sinto um amor tão grande por ele, mas ainda não tive tempo para curti-lo. São tão poucas as oportunidades e quase sempre ele está dormindo ou o Vitão está por perto e não pode forçar a barra.

Enquanto isso, continuo aqui esperando que a gripe passe e que o Vitão não pense que sou eu o culpado por tão poucas visitas a ele.

sábado, 24 de setembro de 2011

DIZER SIM OU NÃO É QUESTÃO DE TEMPO

Embora não tenho em meu horizonte tornar-me um avô permissivo, por motivos que já comentei aqui, a cada dia que passa entendo mais e mais os avôs que agem desta forma.
Tenho pensado muito sobre isso e chegado à conclusão que dizer sim ou não para os netos está diretamente relacionado à quantidade de tempo que o avô passa junto com ele. Quanto mais tempo se passa junto com o neto, mais fácil de dizer “não” nas situações em que exige um “não”.

A lógica é mais ou menos simples. Como é que vou ficar tão pouco tempo com meu neto ou minha neta e nesse pouco tempo ficar falando “não” a todo instante. Imagino que seja essa a lógica do avô permissivo.
Vamos ilustrar isso com um caso concreto. Meu neto Vítor viveu até hoje exatas 22344 horas. Se contabilizar a quantidade de horas que ele ficou conosco, sob nossa responsabilidade, com a gente determinando quando ele iria se preparar para dormir, dormir e acordar, deve dar assim umas 26 horas. Considerando as horas que ficamos sozinhos com ele, e ele estando acordado, deve ter sido outras 30 horas, mais ou menos. O resto do tempo que ficamos com ele foi na companhia dos pais, e nessas horas cabe aos pais dizer os “nãos” nas necessidades. Um sobre o outro, então tem-se que ficamos com o Vítor apenas 0,22% do tempo de vida dele. Imagine, então, um avô com tendência permissiva, se não iria ficar muito tentado a dizer “sim” a todas as coisas.
Entretanto, não podemos tirar de mente, o que já escrevi em outro post que trago um trecho aqui.
A única coisa que não nos cabe fazer é agir de forma diferente daquela permitida pelos pais do seu neto. Isso, com certeza, só traria prejuízos aos netos e não garante que torne os avós felizes. Então, como último conselho de um avô que delira de vez em quando, é: apesar de, boa parte das vezes, você não concordar com o tipo de relação que seus filhos (filhos, filhas, noras e genros) querem impor a você e seus netos, nunca faça com seus netos alguma coisa que seus filhos não concordam. O resultado disso é uma relação harmônica entre você e seus filhos, que, em última análise se transforma em benefício aos netos que, afinal de contas, é o que todos queremos.
Essa é a grande verdade, pois não podemos tirar o foco de que queremos criar netos felizes.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

QUANTO VALE UMA ETERNIDADE

Há algum tempo, Gilberto Gil escreveu a letra de uma música chamada "Parabolicamará", onde faz um contra-ponto entre as distâncias existentes no passado e o quanto essas distâncias diminuiram com a chegada da alta tecnologia. A certa altura ele escreve que ir de um lugar a outro “de jangada leva uma eternidade”.

Sempre ouvi essa expressão quando pequeno e nunca parei para questionar sobre essa grandeza de medida. Quanto é que vale uma eternidade?

Nessas duas últimas semanas tive a noção exata do tamanho de uma eternidade. Cheguei à conclusão que uma eternidade é exatamente o tempo transcorrido entre segunda-feira à noite e quinta-feira à tarde. Essa é a medida exata de uma eternidade.

domingo, 18 de setembro de 2011

SEMANA INTENSA

Esta foi uma daquelas semanas inesquecíveis que a gente tem de vez em quando. Daquelas que ficam com uma marca indelével na gente pro resto da vida.

Logo na segunda-feira fomos escalados para ir à casa dos nossos netos, à noite, e só saímos de lá depois que o neto mais velho dormiu. Sempre que vamos a casa deles é um deleite. Como é bom ficar com os meus netos. O Lucas ainda está novinho e parece que pra ele não faz diferença a nossa presença. Então, somente a gente sente o quanto é bom estar com ele. Mas com o Vítor as coisas são diferentes. É nítido em suas reações, que ele também gosta muito da nossa presença. Noutro dia cheguei na casa dele e ele estava sentado em uma mesinha que usa para comer de vez em quando. Sentei-me ao seu lado, no chão, só pra ficar próximo a ele. Ficamos ali, eu sentado no vão entre a cadeira dele e o sofá e ele sentado numa cadeirinha, comendo alguma coisa que estava sobre a mesinha, assistindo TV. Quando percebo ele estava virado pra trás com o braço em torno do meu pescoço, num gesto puro e simples de demonstração que também sentiu saudade de mim. Isso só confirma o que eu digo: Deus sempre me deu mais do que mereço.

Mas a semana continuou e na terça-feira embarcamos para São Paulo. O objetivo era participar na quarta-feira de um encontro de companheiros de trabalho, de uma empresa (UNION CARBIDE) que trabalhei até 1978. Chegamos lá na terça-feira quase meia noite, mas uma grande amiga nossa insistiu em ir nos visitar no hotel e apareceu. Ficamos, então numa profusão de recordações boas, até as duas da manhã. Relembramos histórias nossas e de nossos filhos e ao final nos despedimos com a certeza que nossa amizade é daquelas que resistem ao tempo. Na quarta-feira, acordamos um pouco cansados, mas mesmo assim fomos ao centro da cidade comprar algumas coisas, voltamos e descansamos para o encontro da noite.

O encontro da noite foi, para resumir numa única palavra, o nirvana. Pessoas que não víamos há mais de trinta anos, apareceram assim como se a gente tivesse acabado de dizer um até logo na noite de ontem. Revi amigos que nem nos melhores sonhos da minha vida, imaginei pudesse reencontrá-los. Saí desse encontro com a certeza de que Deus é muito generoso comigo. Senão, como explicar o fato de, estar ali diante de pessoas que pelos idos de 1977/1978 foram parceiras de verdade e, de repente, saem de nossas vidas? Só pode ser a generosidade de Deus.

Mas a semana ainda não tinha acabado. Como trouxemos uma cama elástica de presente para o Vítor, passamos na casa dele na quinta-feira, quando voltamos de São Paulo, para ver sua reação com o presente. Depois de montada a cama elástica ele brincou até pedir para sair, todo suado e cansado.

Na sexta-feira, fizemos um programa mais avô ainda. A Lara, nossa neta, fez aniversário no sábado (17) e nós prometemos como presente de aniversário, pegá-la na escola, junto com uma amiguinha dela e levar para uma sorveteria daqui que tem um parquinho completo. Levamos também o Vítor e uma tia dele levou mais três primas. Foram duas horas tão intensas que a ninguém era dado o direito de descansar um pouco. Estávamos em três adultos e todos tivemos que ficar duas horas ligados nas seis crianças que estavam ali se esbaldando. Saímos exaustos, passamos na sorveteria e deixamos cada uma das crianças tomar quanto sorvete quisesse e fomos embora extenuado e felizes de ter vivido uma experiência ímpar.

Ontem foi o aniversário da Lara. De novo estava lá o Vítor, infelizmente o Lucas não pode ir. Bolo de castelo, feito pela vó Cleide a pedido da Lara, pula-pula e tudo o mais que uma festa de criança tem. Ao final todos fomos embora com a certeza que esta semana vai ficar para a história de nossas vidas.

Deus é bondoso comigo.