quarta-feira, 30 de junho de 2010

QUANDO O NETO FALA AO CORAÇÃO DA GENTE

Quando a gente tem filho, a sensação que se tem é que aconteceu a melhor coisa do mundo. Realmente é uma sensação ímpar. Só quem é pai sabe do que estou falando. Esse acontecimento é tão importante para um pai que toda sua vida passa a ser balizada por ele. A partir daí tudo o que se faz gira em torno do filho.

Mas a sensação que nasce com os netos não tem paralelo, é impossível comparar com alguma coisa. Se existe alguma sensação melhor que essa, desconheço. Às vezes fico tentando entender este fenômeno, mas ainda não consegui chegar à conclusão alguma. Desconfio de várias explicações, mas nenhuma delas me convencem definitivamente.

Enquanto nossos filhos estão conquistando o mundo, nós estamos tentando assegurar-lhes um futuro melhor, ainda correndo atrás de construir os sonhos acalentados e isso faz com que você e seus filhos tenham uma relação menos profícua que a necessária.

Quando os netos nascem, a gente ou já realizou tudo o que queria ou já desistiu dos sonhos não realizados. Isso faz com que a gente se lance no relacionamento com os netos de forma inteira, sem reservas. Quando se está com os netos é ali que estamos e não viajando nos nossos sonhos. Nesses momentos a gente dialoga com os netos, mesmo sem dizer uma palavra. O diálogo se trava coração a coração. E é muito bom saber que os netos entendem esse diálogo e também respondem com o coração.

Acho que isso explica um pouco, mas não deve ser tudo.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

VOU COMPRAR OUTRA NETA

Numa dessas terças-feiras cheia de tintas, a minha neta estava fazendo alguma coisa que não podia fazer e eu disse a ela que iria comprar outra neta pra mim. A reação dela foi interessante. Imediatamente parou de fazer o que estava fazendo, depois lançou um olhar pra mim que era possível fazer várias leituras. Para completar, perguntou meio que assustada "Por que?".

A atitude dela foi interessante porque parecia que suplicava dizendo através do olhar "não vô, não compra outra neta". Dentro da sua inocência, encarou aquela brincadeira como uma ameaça e isso me fez pensar que, se ela se sentiu ameaçada é porque ela dá muita importância para a nossa relação e isso, apesar de ser muito bom para o ego do avô, parece que a deixou assustada. Me arrependi muito de ter feito esta brincadeira.

Aconselho aos avós nunca dizer o que eu disse a ela, nem de brincadeira.

terça-feira, 22 de junho de 2010

ÀS TERÇAS-FEIRAS, CHEIA DE TINTAS

Por motivos vários, eu e a Lara não temos muito tempo para ficarmos juntos, o que é muito ruim para o relacionamento avô-neta. Mas sempre que posso, eu e a avó, pegamos ela para dormir em casa e tê-la junto de nós por algumas horas a mais. Entretanto, nem sempre é possível isso também, devido a outra série de coisas. Então resolvemos pintar juntos.

Todas as terças-feiras eu, minha neta Lara e a avó, vamos pintar. Fazemos isso para que possamos ter um tempo de atividades lúdicas junto com a nossa neta. É um momento bem particular entre nós e ela, sem os pais, sem os outros membros da família, que ficamos lá pintando e, quando alguém quiser, pode conversar com o outro.

Nem sempre ela está disposta a pintar, mas invariavelmente ela faz questão de ir junto com a gente na aula de pintura. Sei que esse momento para ela também é muito importante, é um momento que ela sente que está tendo a atenção nossa. Para nós nem é preciso falar o quanto é importante essas terças-feiras.

AVÔ NA CORDA BAMBA

De vez em quando os avós também acabam tendo que passear um pouco na corda bamba. Não é fácil acomodar os interesses dos netos, sem deixar um deles com sensação de roubaram meu doce .

A Lara era a primeira neta do avô materno, do avô paterno e minha (avô postiço). Os outros dois avôs continuam ainda com neta única. Mas eu fui premiado com a vinda de mais um neto. Aí a coisa começou a esquentar. Como tratar esta nova situação. Imagino que para uma neta que era exclusiva na casa de qualquer avô que chegasse, de repente se ver obrigada a dividir a atenção de um dos avôs com outro neto, não deve ser fácil. Por outro lado, como um avô de primeira viagem vai tratar essas coisas? É lógico que daria problemas. De repente me vi tendo que fazer uma ginástica danada para que nenhum dos netos ficasse com ciúme. Não é fácil. Voltarei ao assuto depois.

VISITAS CLANDESTINAS AO NETO

De vez em quando faço umas visitas clandestinas ao meu neto. Costumo chamar de visitas clandestinas, mas poderia acrescentar também o adjetivo roubadas, pois são visitas que faço na surdina. Não tem dia, nem hora e ninguém sabe com antecedência. Nem todas as pessoas que convivem comigo são a favor dessas visitas, mas uma coisa garanto, não existe coisa melhor no mundo. É uma graça divina perceber que meu neto gosta tanto quanto eu dessas visitas . É o nirvana quando eu chego à sua casa e ele vem ao meu encontro com aquele sorriso do tamanho do mundo. Embora ele ainda não pronuncie palavras, o seu olhar e seu comportamento me dizem coisas que somente o coração é capaz de perceber. É nesse momento que a gente se dá por inteiro um ao outro. As únicas amarras nesses momentos são as convenções estabelecidas tacitamente entre seus pais e eu. Fora isso é só alegria. Eu sou cavalo, ele cavaleiro. Sou bandido, ele herói. Sou nada, ele tudo. Vezes sou pouco, ele é muito, outras sou muito, ele é pouco. São momentos tão absolutamente ternos que nem sempre é possível perceber quem sou eu e quem é ele. Só quem vive essa experiência é capaz de entender do que estou falando. Que Deus nos conserve assim.

domingo, 20 de junho de 2010

MEU NETO É PÉ-QUENTE

Tempo de Copa, quando o Brasil joga todos arrumam um jeito de se reunir para assistir aos jogos. Esta Copa está melhor ainda, pois os dois primeiros jogos meu neto estava presente no local onde eu estava assistindo o jogo. Melhor que isso não existe. Assistir a um jogo da seleção brasileira e de vez em quando ter o neto olhando pra você e com aquele biquinho charmoso dizendo "fofô" e apontando para vir pro meu lado, o que mais que avô quer da vida. Ainda por cima, provou que ele é pé-quente. Dois jogos, duas vitórias.

A MINHA NETA DÁ MUITO TRABALHO

Nesta sexta-feira, 18/06, a Lara veio dormir em casa. Sempre ouço falar que neto dá muito trabalho. Quanta mentira. A verdade é que neto tira trabalho da gente. Enquanto ela estava desperta, ficamos no escritório, eu num computador bisbilhotando a internet, selecionando vídeoa para os netos, a avó fazendo trabalhos manuais e a Lara em outro computador vendo vídeos da Mônica, através do You-Tube. Quando chegou a hora dela dormir, pediu para eu fazer toddy pra ela. Feito o toddy, a caminha dela já estava arrumada, ela se deitou e pediu para eu contar uma estórinha pra ela. Lá fui eu inventar uma estória. A estória que comecei, não sei porque, tinha uma rainha que morava dentro de um rio. Logo a Lara deu a solução e falou que era um castor, que imediatamente dei o nome de Castorina pra princesa. Terminada a primeira estória ela já estava quase dormindo, mas pediu para contar outra. Em troca disse que iria desligar a televisão, contrato aceito, desliguei a TV e iniciei outra estória. Era a estória de uma arara, que, surpresa!!! ela, quase dormindo, deu o nome na arara de Alara. Antes de terminar a estória ela já estava dormindo, dei um beijo em sua face e fiquei ali admirando aquela menina linda dormindo feito um anjo e imaginando o quanto estão erradas as pessoas que dizem que os netos dão trabalho, pois, ao contrário, naquele momento a Lara estava me tirando trabalho e me deixando alí embasbacado a observar uma criança. Se isso for trabalho, que venham. Ao final ainda comentei com a avó: "essa nossa neta dá muito trabalho".

sábado, 19 de junho de 2010

PALAVRAS DOCES COMO MEL

Quando um neto te chama de vovô as palavras parecem ter um sabor de mel. Na primeira vez que ouvi, foi um misto de "dodô" com vovô, pronunciado pela Lara, que soou como as palavras de um anjo. Recentemente o Vítor começou a pronunciar também e ao tentar falar vovô ele faz um biquinho encantador e pronuncia um "fofô" ao invés de vovô, mas esse "fofô" que ele pronuncia é um passaporte para as nuvens.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

QUEREMOS NETOS BEM EDUCADOS

Quem é adepto da máxima de que "pais educam e avós deseducam, porque esta é sua função", age de forma muito prejudicial aos netos, pois é necessário que se eduque as pessoas para serem felizes, não importa que seja um filho, um neto, um sobrinho ou uma criança que não é da família. É muito difícil que uma criança mal educada seja feliz. Ninguém permitirá isso.

Inaugurando esse blog, queria escrever alguma coisa referente à educação dos netos e o relacionamento dos avós com os filhos e noras ou genros. Tempos atrás li um artigo interessante sobre o assunto e vou colar a seguir um trecho do texto, que representa bem o que eu penso sobre o assunto. A íntegra está aqui.

"Todos sabemos que existe uma condição elementar para que ocorra uma convivência feliz - de perto ou de longe - entre avós e filhos casados: o respeito mútuo. Que os filhos respeitem a casa, os costumes de seus pais; que os avós tenham clara a consciência do respeito devido à família nova, criada pelo filho ou pela filha, na qual, além disso, existe uma pessoa - a nora ou o genro - que veio integrar-se de outro ambiente, que merece por razões óbvias a máxima consideração, o máximo respeito a seu modo de ser e de fazer as coisas. Se partimos deste critério, haverá mais acertos que erros no que se refere à educação dos netos. Porque cada movimento, cada atuação dos avós tenderá a reforçar, do modo mais natural, os critérios educativos dos pais. E não estabelecer diferenças entre o que estes dizem ou fazem com o que eles, os avós, façam ou digam diante dos netos. Naturalmente em algumas ocasiões esta norma requererá esforço para ser cumprida. Requererá um esforço e um preocupar-se por estar na mesma linha, e até uma renúncia às próprias idéias, para: - não interferir, se os pais estão corrigindo uma falta cometida pela criança; - perguntar ao neto, quando pede que lhe compre algo, se papai e mamãe vão concordar com essa compra; - dar razão aos pais quando os netos vêm com uma queixa (e, na pior das hipóteses, para não se envolver no assunto). Isso é compatível com o afã de dar o melhor ao neto".