Embora não tenho em meu horizonte tornar-me um avô permissivo, por motivos que já comentei aqui, a cada dia que passa entendo mais e mais os avôs que agem desta forma.
Tenho pensado muito sobre isso e chegado à conclusão que dizer sim ou não para os netos está diretamente relacionado à quantidade de tempo que o avô passa junto com ele. Quanto mais tempo se passa junto com o neto, mais fácil de dizer “não” nas situações em que exige um “não”.
A lógica é mais ou menos simples. Como é que vou ficar tão pouco tempo com meu neto ou minha neta e nesse pouco tempo ficar falando “não” a todo instante. Imagino que seja essa a lógica do avô permissivo.
Vamos ilustrar isso com um caso concreto. Meu neto Vítor viveu até hoje exatas 22344 horas. Se contabilizar a quantidade de horas que ele ficou conosco, sob nossa responsabilidade, com a gente determinando quando ele iria se preparar para dormir, dormir e acordar, deve dar assim umas 26 horas. Considerando as horas que ficamos sozinhos com ele, e ele estando acordado, deve ter sido outras 30 horas, mais ou menos. O resto do tempo que ficamos com ele foi na companhia dos pais, e nessas horas cabe aos pais dizer os “nãos” nas necessidades. Um sobre o outro, então tem-se que ficamos com o Vítor apenas 0,22% do tempo de vida dele. Imagine, então, um avô com tendência permissiva, se não iria ficar muito tentado a dizer “sim” a todas as coisas.
Entretanto, não podemos tirar de mente, o que já escrevi em outro post que trago um trecho aqui.
A única coisa que não nos cabe fazer é agir de forma diferente daquela permitida pelos pais do seu neto. Isso, com certeza, só traria prejuízos aos netos e não garante que torne os avós felizes. Então, como último conselho de um avô que delira de vez em quando, é: apesar de, boa parte das vezes, você não concordar com o tipo de relação que seus filhos (filhos, filhas, noras e genros) querem impor a você e seus netos, nunca faça com seus netos alguma coisa que seus filhos não concordam. O resultado disso é uma relação harmônica entre você e seus filhos, que, em última análise se transforma em benefício aos netos que, afinal de contas, é o que todos queremos.
Essa é a grande verdade, pois não podemos tirar o foco de que queremos criar netos felizes.
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