Ontem, um feriado perdido no meio da semana, fiquei a manhã toda morgando e aproveitei para rever algumas recordações do passado: fotos, músicas e lembranças que estavam lá no escondidinho do meu pensamento.
O início de tudo foi quando estava revisando um livro de cantos e passei sobre a música “Pai”, do Fábio Junior. Enquanto ajeitava esta música na página do livro de cantos, coloquei-a para tocar no WMP. Essa música me levou a lembrar do meu pai, revi algumas fotografias antigas e me lembrei que tinha uma gravação dele cantando. Meu pai, apesar de analfabeto, cantava em um coral da igreja que ele freqüentava e um dia eles resolveram gravar três músicas e uma delas tem um solo que é feito pelo meu pai que era tenor. Há algum tempo eu peguei a fita e pedi para converter e agora as tenho em mp3. Ontem, então peguei esta versão e ouvi algumas vezes.
Como é bom ouvir uma pessoa tão cara pra gente. Já que estava no baú da saudade repassei vista em algumas fotos antigas, que também tenho no computador, já que escaneei todas as fotos que tinha em papel. Foi uma overdose de recordações, mas foi também um pouco dolorido.
Acho que ando com a sensibilidade à flor da pele e percebi ontem, coisas que não havia percebido nesses anos todos. Percebei, por exemplo, que tenho poucas fotografias do meu pai, mas a percepção que calou fundo foi a de que jamais tirei uma fotografia com ele. Percebi também que não tenho nenhuma fotografia de meus filhos com meu pai. Continuei nessa sessão nostalgia um pouco dolorida e, embora tenha recordações maravilhosas dele e até hoje sorver seus ensinamentos, me dei conta de que ele se foi em 15/09/1987, sem que eu tivesse a chance de saber se eu o magoei alguma vez e ter a chance de corrigir isso.
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